É o reafirmar de uma posição que a candidatura do PS, liderada por Paulo Cafôfo, vem a defender há vários meses. “A Saúde na Região vive um momento de emergência” e impõe-se uma actuação firme para inverter a situação. Para isso, defende o partido, é preciso dar condições ao futuro Governo regional para actuar.
A reacção/posição da candidatura sobre o sector da saúde, a propósito do texto hoje publicado na edição impressa do DIÁRIO, na rubrica Raio X, exactamente dedicada à saúde. Trata-se de uma análise ao sector, da autoria Luís Alberto Matos, administrador hospitalar.
Conheça, na íntegra, a reacção/posicionamento da candidatura socialista.
"A Saúde na Região vive um momento de emergência. São muitos e de grande dimensão os desafios a enfrentar, que fazem com que a Saúde seja a prioridade principal definida pelo PS Madeira para a próxima legislatura. Para isso, importa dar todas as condições políticas e financeiras no futuro Governo para se proceder a medidas estruturais que permitam enfrentar os problemas conhecidos de todos, contratar mais profissionais e gerir de forma mais eficientes os meios e os equipamentos disponíveis na Região.
É essencial dar passos certos e concretos para inverter a degradação das diferentes componentes do Serviço Regional de Saúde e colocar este serviço novamente a cumprir o propósito para o qual foi criado: cuidar das pessoas. Ao mesmo tempo que é necessário ter uma visão abrangente para o futuro, é urgente dar resposta imediata a problemas e evitar que se agravem ainda mais.
Dar um verdadeiro acesso dos madeirenses e porto-santenses à saúde é a pedra angular desta estratégia. As longas listas de espera de cirurgias, exames e consultas, a falta de cobertura de médicos de família e as infraestruturas obsoletas, que tem no Hospital dos Marmeleiros o caso mais gritante, faz com que na Madeira não exista um verdadeiro acesso dos madeirenses e porto-santenses à Saúde. Este é o ponto fundamental de qualquer visão do sistema regional de saúde do futuro.
Perante a necessidade de uma resposta integrada e sustentada, a aposta nos cuidados de saúde primários assume uma importância de excelência. O centro de saúde é a estrutura privilegiada para a prevenção da doença e de promoção da saúde, beneficiando da sua lógica de proximidade. Esta mais valia não está a ser potenciada neste momento. Autonomizar os cuidados de saúde primários, garantindo condições para atingir cobertura populacional de 95-98% de médicos de família. Mais investimento nos cuidados primários é mais e melhor saúde, corte nos gastos supérfluos, melhor gestão dos doentes e encurtar acessos. Mas para isso é preciso ter médicos de família, enfermeiros e técnicos de saúde. Investir nestes profissionais, não é despesa, é ganho a médio e longo prazo.
O envelhecimento da população e os problemas associados a doenças crónicas, uma rede hospitalar sobrecarregada e ultrapassada, a inadequação da resposta dada pela segurança social à população com aumento das altas problemáticas e falta de residências/lares são problemas diagnosticados por todos os quadrantes políticos, mas que não têm tido numa resolução efetiva ou medidas que iniciassem a inversão desta decadência do sistema. Importa repensar o Hospital dos Marmeleiros e transferir áreas médicas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, garantindo proximidade e apoio às restantes áreas clínicas, acesso aos exames complementares e de diagnóstico e melhores condições de saúde para os utentes e de trabalhos para os profissionais. Por outro lado, é importante garantir o financiamento e a construção do Novo Hospital Central da Madeira, um anseio da população e um passo essencial para os profissionais de saúde.
Para mudar o actual momento vivido no setor da Saúde investir nos profissionais, promover entendimentos, reconhecer o passado, reestruturar o futuro. É essencial apostar nas pessoas, nos profissionais de saúde. São elas que, diariamente, tornam possível que o sistema possa funcionar e que os cidadãos tenham cuidados de saúde dignos e de qualidade.
Recuperar credibilidade, buscar e obter reconhecimento, local e externo são factores motivadores para quem trabalha nas instituições, e para quem delas necessita. Uma imagem de marca, forte, de confiança, demora a construir mas é essencial para assegurar o futuro da saúde da Madeira, voltando a colocar o Sistema Regional de Saúde como uma referência."