"O CDS-PP é um partido institucionalista e essa é a sua conceção da organização social e política do Estado, em que a Constituição Portuguesa postula o princípio da separação de poderes.Sem tibiezas, a posição do CDS é muito clara: o poder político não deve interferir no poder religioso, o poder religioso não deve imiscuir-se no poder político", afirmou.
Não obstante, e reconhcendo que Portugal é um Estado laico, realça que "o laicismo do Estado não nos deve cegar perante os costumes dos portugueses e dos madeirenses durante séculos, nem procurar ceifar a matriz católica de uma significativa parte da população portuguesa".
"Outra coisa é tentar apoucar o papel secular da Igreja, mergulhando nas suas fragilidades, que são as fragilidades da Humanidade, para a desmerecer", aponta igualmente o democrata-cristão.
"Santo Agostinho, um dos mais influentes teólogos e filósofos dos primeiros séculos do cristianismo, deixou interessantes pensamentos sobre este mesmo problema na obra “A cidade de Deus”, escrevendo: “Se alguém afirma que não temos certeza nenhuma, pelo facto de errarmos muitas vezes, pelos menos temos a certeza da nossa existência, pois se eu erro, logo existo. Este pensamento sumariza aquele que tem sido o papel da Igreja Católica. Uma Igreja que reconhece o erro, mas que faz, que pratica. Uma Igreja solidária, ecuménica bondosa. São incomensuráveis os contributos da Igreja. Seja na defesa da vida e na valorização da condição humana. Na organização da sociedade, na educação, na cultura e na solidariedade. Nas vocações e na nossa própria identidade", acrescenta.
Sobre política e igreja, o líder centrista termina citando o Papa Francisco não poderia ser mais explícito: “Os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão”.