O PSD-M ganhou mas sem quero, mando e posso, o resultado foi curto. Se a Renovação rende pouco, também os Jurássicos estão em decadência, resta a ninhada. Cafôfo canibalizou a esquerda mas não a direita e podia …
O PSD-M vai estagiar outras formas de estar na política através de uma coligação, se Albuquerque for como Passos fica sem ela. Acabemos a crispação com Lisboa que não traz benefício à Madeira e cria estigmas sobre os madeirenses. O PSD-M deve acabar o isolamento porque vêm aí problemas sérios para a Madeira. Agora podem dizer a verdade.
Apesar dos avisos de Jardim, o PSD elegeu quase todos os generais da Renovação que instituíram uma forma de estar na política que infestou o PSD e a Função Pública. É com esta matéria-prima que conta para os seus “consertos em estaleiro”. Um PSD capturado por interesses pessoais e corporativistas nunca voltará ao partido basista de sucesso e gastará cada vez mais fortunas para resultados paupérrimos.
Paulo Cafôfo teve um bom resultado, era impossível não o ter com saturação do povo e a excelente conjuntura mas sabe a pouco. Nunca combateu a narrativa surrealista do PSD, com culpados e papões para impor o medo e um bloqueio mental aos fragilizados.
O professor de história foi surdo e não valorizou elementos essenciais para a sua vitória. A matriz ideológica dos madeirenses é a social-democracia, não havendo líderes ou partido à altura, cabe a quem os quer seduzir alcançar como pensam. Cafôfo não soube lucrar com as divisões do PSD-M e ter umas luzes de como se constrói uma máquina partidária que o PS não tem. Quando António Costa e até Catarina Martins andam a seduzir o voto social-democrata nacional, Paulo Cafôfo foi autista. Usufruiu q.b. dos votos social-democratas ao longo de algumas eleições, depois, enquanto “Independente socialista”, arruinou uma provável vitória de maioria absoluta, ao aceitar quadros de um lóbi, quando a população queria despachá-los e tinha toda a sociedade civil disponível. É o momento da perda do apoio que lhe fez a diferença nas Regionais. Não tem motivos de queixa, até a esquerda se anulou para lhe dar a vitória. É Paulo Cafôfo que tem de render mais e alcançar o que lhe sopram. As eleições disseram que, apesar de tudo, Albuquerque com os mesmos generais Renovadinhos e uns recauchutados, é melhor do que Cafôfo.
Os madeirenses devem entender como estão a ser explorados por muita política regional corporativista. A redução da representação parlamentar na ALR significa mais influência dos DDT na Madeira, é ver em quem apostaram. A demografia vai continuar a mingar, a emigração vai prosseguir, os pobres vão aumentar, a classe média passará ao lado destes partidos papões e nós vamos definhar porque todos negoceiam nas costas do eleitorado. Que não se descubra que os luso-venezuelanos estiveram em contra-ciclo porque isso significa xenofobia (devem ler um texto da Gnose), fomentada pelo PSD com a difusão do medo da esquerda. Com os seus exageros, o PSD-M criou uma dualidade perversa aos luso-venezuelanos. Aqueles que preferiram viver no continente têm um Governo de esquerda a acolhê-los, apoiados por BE e PCP. Desculpem que vos diga, toldaram-vos a cabeça.
Finalizada a campanha vamos discernir, veremos de onde sai o dinheiro para tanta promessa e os tópicos que são lixo. Vamos aguardar pelos próximos dias, os "esfomeados" podem produzir grandes surpresas …