O tempo da campanha eleitoral para as eleições Regionai de 2019, para mim terminou com esta frase a bailar no meu pensamento: «Não há nenhum mal em passar um processo de mudança, nem de bem em ser um produto que emerge dela» Marco Aurélio (Imperador Romano). A conclusão que cheguei, é que tudo depende da mudança.
Muito bem. Nada de novo. A democracia a funcionar. Os eleitores escolheram. Essa dinâmica idiossincrática da democracia é soberana. Por isso, merece ver correspondida a sua intenção e desejo.
O povo e, particularmente, os eleitores votantes não merecem ser defraudados nem enganados e muito menos merecerão sofrer porque não são cumpridas as promessas e as expetativas que os vencedores fizeram emergir no coração daqueles que votaram neste resultado.
Os resultados aí estão para vermos que ninguém teve maioria absoluta e isso na Madeira é relevante, dado que passou mais de 40 anos a ser governada por um partido único que obteve consecutivamente maiorias absolutas em quase todas as eleições.
O mesmo partido habituado a governar sozinho e que desta vez vai ter que aprender a conjugar o verbo negociar e o verbo dialogar. Imagino que isso seja uma derrota. Por isso, advinham-se tempos difíceis politicamente falando numa região habituada à hegemonia de um partido único que, tudo indica, só sabe governar sozinho.
O que importa mesmo neste momento é salientar que hoje inauguramos um tempo novo que se deve caraterizar pelo diálogo, as negociações frequentes. É uma mudança e eu gosto desta luz que vai proporcionar uma abrangência maior que vai beneficiar todos e menos aquelas minorias dos poderosos que beneficiam sempre do poder hegemónico.
Está provado que o poder exercido por partidos únicos, perde sempre o povo em geral e ganham sempre apenas alguns. O poder em democracia em sentido único facilmente se corrompe, porque também facilmente se absolutiza. Rebusco o chavão – que acho ser verdadeiro - o poder absoluto corrompe absolutamente. Por isso, está é a noite, em que o verdadeiro vencedor destas eleições regionais 2019 é o povo da Madeira. Está de parabéns o povo eleitor madeirense pela sua clarividência e sabedoria.
Os partidos pequenos emergentes, os contestários e os que são resultado de alguma brincadeira, desaparecem e restam-nos os partidos mais ou menos habituais que nos inspiram alguma seriedade. Os partidos pequenos tradicionais trazem-me algum lamento os seus fracos resultados, porque poderiam marcar diferenças mais significativas na governação e no debate parlamentar.
Uma palavra sobre a abstenção. Felizmente baixou e vi in loco o movimento que a afluência às urnas promocionaram no local onde votei. Ainda bem, sinal de maturidade e que estamos em crescendo na consciência de que o governo democrático é uma realidade que diz respeito a todos, por isso, todos devem concorrer votando pela orgânica e governo do bem comum. Ainda bem.
Por fim, um bem haja a todos os votantes. Aos que ainda não perceberam a importância da sua participação democrática votando, faço o apelo para que se convertam à ideia que só participando melhoramos a vida de todos. O que nos compete fazer não se pode deixar por mãos alheias.