O socialista Victor Freitas considera que a "avaliação do mérito para efeitos de progressão nas carreiras, com quotas para funcionários e sem quotas para dirigentes cria uma situação de injustiça e um mal-estar latente".
Numa reacção ao primeiro 'Raio X' das Regionais, alusivo ao descontentamento que o SIADAP está a gerar, o líder do grupo parlamentar socialista entende que os resultados das avaliações em que dirigentes obtém nota máxima e os trabalhadores são excluídos do mérito máximo "é revelador dos deméritos do actual sistema de avaliação". Uma situação de injustiça agravada já que "a Madeira tem as suas idiossincrasias culturais e legislativas".
Victor Freitas é peremptório: "O amiguismo e o favorecimento, muito característico da Madeira, levam à segregação, ou seja, a por de lado uma parte da administração pública que não lhe é reconhecido o mérito. Veja-se o exemplo da regularização de precários na Administração pública regional, cujo objetivo é eliminação progressiva do recurso a trabalho precário e a programas de tipo ocupacional no setor público, que foi utilizado nos últimos anos como forma de colmatar necessidades permanentes para o funcionamento dos diferentes serviços públicos".
Refere ainda que na Madeira a Lei do Orçamento para 2019 tem uma singularidade: "Têm preferência para os lugares permanentes os trabalhadores que ocuparam o posto de trabalho, no período compreendido entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2018, no âmbito de programas de emprego, diz a lei. A nível nacional abrange todos os precários que assumiram aquelas funções ao longo do tempo. Esta singularidade regional exclui os precários que assumiram funções nos anos anteriores ficando as vagas para aqueles que 'tipo incubadora de renovadinhos' já entraram nos últimos dois anos e passaram pelo crivo e anuência dos novos senhores. Na prática, temos aqui um modelo instituído de injustiça e de seriação à priori dos eleitos para a entrada nos quadros da Administração Pública Regional. Assim se utiliza a Lei com intuitos político-partidários".